O DISCURSO DAS FUNDAÇÕES CORPORATIVAS: CAMINHOS DE UMA “NOVA” FILANTROPIA?
Neste artigo é analisada uma das formas de investimento
social baseada no conceito de responsabilidade social: o investimento a partir
da criação de uma Fundação.
Foram selecionadas
seis grandes corporaçoes e o foco da pesquisa realizada foi: a presença
da empresa e a preseça da sociedade no discurso da empresa. Este artigo fala sobre o imapcto do discurso
da empresa internamente e na relação dela com a sociedade.
Uma empresa a principio é uma organizacao que visa o lucro. Mas
hoje sabemos que o valor social agregado as empresas tem importância relevante
no alcance e no poder que essa empresa terá na sociedade. Isso interfere nos
lucros que essa empresa obtêm e cria uma relação simbólica com a sociedade
influenciando consumo, condutas e valores relacionados a marca da empresa ou a
um produto. Um corporacao com uma marca forte influencia subjetividades,
identidades e valores. No caso das empresas analisadas, são elas de cunho
social, pois estamos falando das Fundaçoes que derivam delas. O artigo procura
analisar o diálogo que o discurso de tais Fundaçoes estabelece, agregando e propagando valores que gerarao
impactos na própria empresa e na sociedade.
O discurso da empresa tem valor de ação social pois fundações
de grande porte alcaçam um grande número de pessoas.
Porem o artigo fala sobre falhas nesse discurso. Quando as
Fundacoes se posicionam como entidades que visam “oferecer” ou “proporcionar”
elas não propoe mudanças sociais profundas que poderiam solucionar os problemas
daqueles que elas alcaçam com seus projetos. As Fundacoes ficam em uma posição assistencialista
superficial. Outras agregam valores as suas marcas com projetos de incentivo a
cultura e ao esporte, enquanto permitem que atrocidades ambientais sejam
cometidas em favor do seu lucro.
Isto nos faz pensar se realmente tais empresas/fundacoes estão
interessadas em cuidar do meio ambiente e isto inclui a natureza, as pessoas e
as relações sociais que se estabelecem no trabalho.
Há implicitamene nesse discurso a idéia de que o capitalismo
é coerente com a noção de justiça e que uma mega fundação tem em seus
principios a responsabilidade social como um valor inerente.
As parcerias entre Estado e Setor Privado retiram de certa
forma do poder público a responsabilidade que a princípio é dele atraves do
discurso da responsabilidade social. Essas parcerias beneficiam financeiramente
as Fundaçoes e aumentam o poder delas perante a sociedade. Uma questão muito
importante que é a distribuicao de recursos fica de fora dos programas
assistenciais das Fundacoes. Essa questão não interessa nem a Estado nem as
empresas que financiam as Fundaçoes.
Porem o estudo mostra que o papel das Fundaçoes é relevante na
sociedade, pois é geradora de transformaçao social, mesmo acobertando a
necessidade de uma reforma mais profunda no pensamento para uma real
transformaçao.